Paulo Gustavo morre aos 42 anos após complicações da Covid-19

Ator estava internado há mais de 50 dias. No último domingo (02), ele teve uma piora significativa que comprometeu o cérebro.

Paulo Gustavo.

Morreu, às 21h12 desta terça-feira (04), o ator Paulo Gustavo. Ele estava internado desde o dia 13 de março em um hospital particular do Rio de Janeiro após ser diagnosticado com Covid-19.

O hospital Copa Star emitiu um comunicado informando a morte de Paulo Gustavo:

“Às 21h12 desta terça-feira, 04/05, lamentavelmente o paciente Paulo Gustavo Monteiro faleceu, vítima da covid-19 e suas complicações. Em todos os momentos de sua internação, tanto o paciente quanto os seus familiares e amigos próximos tiveram condutas irretocáveis, transmitindo confiança na equipe médica e nos demais profissionais que participaram de seu tratamento”, disse a nota.

No último domingo (02), o ator chegou a interagir com o marido, Thales Bretas, porém, durante a noite, teve uma piora significativa.

Nesta semana, ele sofreu uma embolia pulmonar e as complicações afetaram o cérebro. Nesta terça-feira (04), os médicos disseram que seu caso era irreversível.

O boletim emitido hoje dizia que que Paulo Gustavo teve uma piora repentina. O documento informa que ele sofreu de uma embolia gasosa disseminada.

“À noite, subitamente, houve piora acentuada do nível de consciência e dos sinais vitais, quando novos exames demonstraram ter havido embolia gasosa disseminada, incluindo o sistema nervoso central, em decorrência de uma fístula bronquíolo-venosa. Infelizmente, a situação clínica atual é instável e de extrema gravidade”.

Fístula broncovenosa é uma abertura que ocorre entre os pulmões e as veias, o que acarretou a entrada de ar na corrente sanguínea do ator, a chamada embolia gasosa. Ainda segundo o boletim, essa entrada de ar foi disseminada, tendo afetado o sistema nervoso.

Também nesta terça-feira (04), a família de Paulo Gustavo foi chamada ao hospital às pressas. Lá, eles foram informados que o quadro de saúde do ator era irreversível, ou seja, mesmo que ele sobrevivesse, iria apresentar sequelas graves, podendo afetar a fala, por exemplo.

DOENÇA DE PAULO

Paulo Gustavo foi internado no dia 13 de março após ser diagnosticado com Covid-19 e se sentir mal. Já no dia 21 do mesmo mês, a assessoria de imprensa do humorista emitiu um comunicado dizendo que ele “necessitou entrar em ventilação mecânica invasiva, para ser tratado de forma mais segura”.

No dia 3 de abril, Paulo Gustavo teve uma piora e precisou de um novo e raro tratamento. Foi necessário que o humorista fosse submetido à terapia por ECMO – Oxigenação por Membrana Extracorpórea, que se assemelha com um “pulmão artificial”.

O que é a ECMO – Oxigenação por membrana extracorporal

Trata-se de uma técnica de suporte de vida extracorporal em doentes com falência cardiovascular ou pulmonar. A ECMO usa uma bomba para fazer circular o sangue de um pulmão artificial fora do corpo, regressando depois à corrente sanguínea.

O procedimento de alta complexidade é realizado em casos graves nos quais o paciente sofre comprometimento severo pulmonar ou circulatório, que poderiam levar a morte, aumentando as chances de sobrevida.

TRANSFUSÃO DE SANGUE

Já no dia 7 de abril, o ator precisou se transfusão de sangue por conta da ECMO. Na época, o marido de Paulo usou as redes sociais para explicar o motivo da doação de sangue.

“Nosso amado Paulo Gustavo segue melhorando aos pouquinhos. O caminho é longo e tortuoso, as vezes encontramos umas pedras, mas o destino final certamente é a cura! Sabemos que, por causa da Ecmo (circulação extracorporea em membrana, que é o pulmão artificial) ele tem que ficar anticoagulado, perde um pouco de sangue, e por isso precisou tomar algumas bolsas de sangue”, explicou.

No dia 15 de abril, a equipe médica que cuidava de Paulo informou que ele teve uma hemorragia que foi controlada, e que havia apresentado melhoras.

“Finalmente conseguimos sanar as fístulas bronco-pleurais identificadas. Nas últimas 48 horas também observamos a normalização da coagulação com o tratamento instituído e não mais detectamos sinais de hemorragias. A situação clínica do paciente, embora ainda crítica, traz à equipe profissional mais confiança em sua recuperação. Estamos cientes de que ainda temos um caminho pela frente. A dedicação e a experiência dos médicos e demais profissionais do hospital tem proporcionado o melhor tratamento ao paciente, seguindo o que há de mais atual conforme os principais centros hospitalares internacionais. O paciente permanece utilizando ventilação mecânica e ECMO.’”, dizia a nota emitida pela equipe médica.

Desde então, Paulo Gustavo apresentou melhora e piora em diversos dias e acabou falecendo nesta terça-feira (04).

MARIDO E FILHOS

Durante os mais de 50 dias que Paulo ficou internado, mais da metade deles, inconsciente, o marido do ator Thales Bretas, uso as redes sociais para se comunicar com os fãs.

O médico fez desabafos, pediu oração, disse que estava confiante e que Paulo Gustavo vinha lutando bravamente.

Thales e Paulo se casaram em 2015. Após um processo de barriga de aluguel feito nos Estados Unidos, eles se tornaram pais de Romeu e Gael, de 1 ano e meio de idade.

CARREIRA

A primeira peça da qual participou foi “O surto”, em que dividia a direção com Fernando Caruso, em 2004. Foi no espetáculo que apresentou pela primeira vez a personagem Dona Hermínia, que marcaria sua carreira para sempre.

A mãe superprotetora e hilária ganhou peça própria em 2006 e chegou ao cinema sete anos depois. A personagem é inspirada em Déa Lúcia Amaral, mãe do ator.

Somados, os três filmes de “Minha mãe é uma peça” venderam mais de 26 milhões de ingressos entre 2013 e 2020. O terceiro filme teve a maior arrecadação da história do cinema brasileiro, com R$ 182 milhões de bilheteria.

Além do sucesso de Dona Hermínia, o ator se destacou pelos filmes “Minha Vida em Marte” (2018) e “Os Homens São de Marte… e é para lá que eu vou” (2014), nos quais contracenou com a atriz e amiga Mônica Martelli. Ele interpretou o personagem Aníbal em ambas as comédias.

TELEVISÃO

Na televisão, Paulo apresentou em 2011 o programa “220 Volts”, do Multishow. Dois anos depois, no mesmo canal, ele passou integrar o elenco da sitcom “Vai que cola”, vivendo o malandro Valdomiro Lacerda. O personagem foi um sucesso também na adaptação para o cinema, em 2015.

Ainda no Multishow, o ator protagonizou, ao lado de Katiuscia Canoro, a série “A vila”. Na produção, ele interpretou o ex-palhaço Rique.

Ele também foi o apresentador de várias edições do Prêmio Multishow.

Com informações de G1, UOL e Metrópoles

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