Olimpíadas 2021: quem são os atletas que mais bombaram nas redes?
Atletas desembarcaram no Japão como anônimos e retornaram ao Brasil repletos de fãs e milhões de seguidores.
As Olimpíadas de Tóquio chegaram ao afim no último domingo (08) e já estamos morrendo de saudades.
Os Jogos Olímpicos puderam dar aos brasileiros alguns dias de entretenimento de qualidade, esporte e paz em meio a pandemia do coronavírus.
Além disso, através das Olimpíadas, pudemos conhecer atletas incríveis, que, além de ganharem medalhas, ganharam o carinho do povo brasileiro.
Diversos atletas desembarcaram no Japão como anônimos e retornaram ao Brasil com fama e milhões de seguidores nas redes sociais.
Considerando tanta fama em pouco tempo, a consultora e especialista em influência e posicionamento digital Aline Bak explica porque alguns esportistas saíram famosos de Tóquio.
“Tóquio 2020 já é a Olímpiada mais digitalizada da história”, conta Aline. “A pandemia e a ausência de público nos locais das competições ajudou muito para esse fenômeno acontecer”.
Para a especialista, no ano de 2021 vimos atletas virarem grandes fenômenos na internet. “Eles viraram grandes influenciadores com capacidade de monetizar essa relevância digital, impactando nos negócios mundo afora”, explica ela.
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Talvez o maior destaque dos jogos seja Douglas Souza, o ponteiro carismático da seleção brasileira de vôlei, que teve um sucesso repentino e virou um fenômeno do Instagram.
Seu perfil subiu rapidamente em número de seguidores, pouco antes, e durante os jogos. Hoje conta atualmente com 3.2 milhões.
“Os stories e os posts do Douglas, mostrando o dia a dia da seleção viralizaram rapidamente”, diz Aline. “A personalidade espontânea do atleta, que é muito engraçado, conquistou o público”, completa.
Douglas é também o primeiro da seleção de vôlei do Brasil a se declarar gay, levantando a bandeira LGBTQIA+, o que foi extremamente importante para a Olímpiada, que já é conhecida como a da diversidade e da tolerância.
O sucesso do atleta foi tanto que chamou a atenção do Boninho, que o convidou para participar do próximo BBB.
Outro fenômeno das redes sociais é a skatista maranhense Rayssa Leal, conhecida como Fadinha do Skate, que foi a mais jovem brasileira a participar de Jogos Olímpicos, com apenas 13 anos, e a primeira medalhista brasileira da modalidade, que, até essa edição, não fazia parte das Olimpíadas.
“A Rayssa já tinha uma história na internet, que começou com a postagem de um vídeo seu andando de skate fantasiada de fadinha, em 2015, quando ela tinha apenas 7 anos”, conta Aline.
O vídeo acabou sendo visto 40 milhões de vezes e compartilhado por mais de 60 mil usuários. Durante as Olímpiadas de Tóquio, o perfil de Rayssa no Instagram pulou de 646 mil para 6.3 milhões de pessoas.
“O carisma e a inocência de Rayssa cativaram o grande público e, com isso, as grandes marcas se beneficiam também dessa ótima imagem da Fadinha”, explica Aline.
“A Nike, sua patrocinadora, contabilizou 1 milhão de visualizações em um vídeo com a Fadinha, logo após a conquista da prata”, conta.
O tênis usado pela Fadinha na competição, o Nike SB Shane T, ainda não está à venda no país, mas a marca esportiva aproveitou o momento para lançar um modelo semelhante, o SB Bruin React Unissex, ideal para o skate.
A especialista em influência digital conta que outra empresa que também surfou no sucesso de Rayssa foi a Netshoes, divulgando recentemente que a busca por skates em sua plataforma subiu consideravelmente após a vitória da jovem.
A visibilidade proporcionada pela Olimpíada também chegou para a ginasta medalhista de ouro e prata, Rebeca Andrade, de apenas 22 anos.
A atleta conta com uma história pessoal que evidencia valores como determinação e força de vontade, devido à sua origem humilde. Ela é natural de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
Rebeca também foi muito feliz na trilha escolhida para a sua apresentação de solo, que traz Baile de Favela, funk de MC João, outro jovem nascido e criado nas periferias de São Paulo.
“Ela mostrou a cultura das periferias das grandes cidades do Brasil para o mundo, com ritmo e coreografia contagiantes”, conta Aline.
Antes das Olímpiadas de Tóquio, a ginasta contava com 500 mil seguidores em seu perfil no Instagram. Após sua grandiosa participação, esse número saltou para 2,3 milhões.
“Rebeca nos inspira pela sua jornada pessoal e é um exemplo de representatividade da mulher negra”, diz Aline. “Ela mostra como o esforço, a garra e a dedicação, mesmo diante das dificuldades da vida, como as lesões que sofreu, conseguem quebrar barreiras”, explica.
Simone Biles, ginasta norte-americana de 24 anos, já era conhecida pelo grande público por ser detentora de vinte e cinco medalhas em campeonatos mundiais e ter subido no pódio cinco vezes da Rio 2016.
O perfil da atleta no Instagram tem 6,9 milhões de seguidores. Contudo, nessas Olimpíadas, a atleta chamou atenção do público, não pelas suas medalhas, apesar de ter ganho a medalha de prata por equipe e o bronze na trave de equilíbrio, mas sim pela mensagem sobre saúde mental que deixou para o mundo todo.
“Ela capturou as atenções por levantar a questão da saúde mental dos competidores, após desistir da maior parte das provas em que se classificou por alegar que precisava preservar sua saúde mental”, explica Aline.
“Os posts de Biles repercutiram no mundo todo, gerando muitos comentários e engajamento, ao expor uma questão que ainda era pouco discutida, que é o emocional de um atleta de alta performance”, diz a especialista.
“Para uma ginasta tão forte, considerada perfeita, assumir falhas e dificuldades, revelando um problema que era, até então, tabu entre os atletas, fez com que ela saísse vitoriosa das Olimpíadas de Tóquio. Simone é hoje uma influenciadora poderosa, mesmo com a sua menor participação nas provas de ginástica artística”, explica Aline.
“A lição que fica é que desistir não é sinônimo de derrota”, diz a especialista. “Para as marcas, a atleta se consolida como uma das principais apostas para ações de marketing digital”, avalia Aline.