Mulheres relatam que foram torturadas por Marilyn Manson em cela secreta

Investigação da revista “Rolling Stone” reuniu documentos judiciais e diversos depoimentos que relatam uma rotina de abusos e violências de Marilyn Manson.

Nos últimos nove meses, a Rolling Stone EUA e o Los Angeles Times fizeram uma longa e detalhada investigação para apurar as acusações de violência e abusos de Marilyn Manson, que tinha uma “cela de tortura” no próprio apartamento.

Marilyn Manson
Foto: Reprodução Internet

As acusações indicam que o cantor prendia ex-namoradas e colegas de trabalho em uma cela de vidro “do tamanho de um provador de loja de departamento”. A caixa, segundo informações, fica no apartamento de Brian Warner, verdadeiro nome do cantor, em West Hollywood.

Durante a investigação, a publicação teve acesso aos documentos apresentados nos casos judiciais e entrevistou 55 pessoas, entre vítimas e antigos colaboradores e amigos do músico, alguns dos quais falaram sob anonimato.

Ashley Morgan SmithlineEvan Rachel Wood e a modelo Sarah McNeilly, ex-namoradas do cantor, foram algumas das mulheres que aceitaram conversar com a revista americana para dar detalhes de tudo o que passaram.

Apelidado de “quarto das meninas más” pelo próprio cantor, o local servia para punir as mulheres que o desagradasse por algum motivo.

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Ashley Morgan Smithline está processando o cantor por agressão sexual e cárcere privado. Ela contou em entrevista que era tentava pedir ajuda quando era trancada na caixa, mas nunca foi ouvida: “Mesmo que gritasse, ninguém podia me ouvir. Você lutava e ele gostava dessa reação. Aprendi a não lutar, porque isso dava a ele o que ele queria”, lembrou.

Outra ex-namorada de MansonSarah McNeilly, disse à reportagem que foi presa na cela de vidro como castigo após falar sobre um ex-namorado: “Foi absolutamente assustador, porque ali a máscara caiu e foi possível ver o que ele era capaz [de fazer]”.

O apreço de Marilyn Manson por objetos nazistas (teria em casa uma vasilha — vazia — do gás usado pelos nazistas para matar judeus nos campos de concentração), a forma como controlava seus empregados através da droga que lhes fornecia e o fato de impedir algumas namoradas de se alimentarem, são outros tópicos abordados no artigo.

A atriz Esmé Bianco, que também namorou o cantor, explica como, no caso de Marilyn Manson, persona artística e vida real sempre se confundiram. “Em parte, foi por isso que ele se safou durante tanto tempo: porque as vítimas tinham vergonha de só perceberem o que estava acontecendo tarde demais. Ele disse ao mundo quem era e ninguém tentou pará-lo.”

A infância marcada por agressões à mãe; os vídeos sexuais que fez com groupies e mostrava aos amigos e as ameaças de morte que fez a Craig Marks, editor da revista “Spin”, por ter posto Shirley Manson, dos Garbage, na capa da sua publicação, são também pauta da reportagem da “Rolling Stone”.

Diante das acusações, através de seus advogados, Marilyn nega as acusações e as classifica como “horríveis distorções da realidade”. “Meus relacionamentos íntimos sempre foram inteiramente consensuais com parceiros que pensam como eu. Independentemente de como – e por que – os outros agora estão optando por deturpar o passado, essa é a verdade”, disse em nota.

OUTRAS ACUSAÇÕES DE ABUSO

Em fevereiro deste ano, a atriz Evan Rachel Wood, ex-noiva do cantor, o acusou de abuso. Através das redes sociais, Evan relatou que sofreu abuso durante anos por Marilyn Manson. No passado, ela já havia falado que sofreu abuso, mas sem citar nomes.

“Eu sofria lavagem cerebral e fui manipulada à submissão. Estou cansada de viver com medo da retaliação, difamação ou de chantagens. Eu estou aqui para expor esse homem perigoso e denunciar as indústrias que o permitem atuar, antes que ele arruíne mais vidas”, escreveu no Instagram.

Além da atriz, outras quatro mulheres também se posicionaram contra o artista e o acusaram de estupro.

Na época, através das redes sociais, o cantor se pronunciou e negou todas as acusações.

Obviamente, minha arte e minha vida sempre foram ímãs de polêmica, mas essas afirmações recentes sobre mim são horríveis distorções da realidade. Meus relacionamentos íntimos sempre foram inteiramente consensuais com parceiros que pensam da mesma maneira. Independentemente de como – e por quê – os outros agora estão optando por representar mal o passado, essa é a verdade.

Com informações de Rolling Stone

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