Spike Lee faz duras críticas a Bolsonaro na abertura do Festival de Cannes
Cineasta comparou o presidente brasileiro com Donald Trump e Putin e disse que os três “não têm moral, nem escrúpulos”.
O tradicional Festival de Cannes teve inicio nesta terça-feira (06) e segue até o dia 17 de julho.
Durante a cerimônia de abertura do evento, o cineasta americano Spike Lee, que é presidente do júri e o homenageado da 74ª edição do Festival de Cannes, fez duras críticas ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Em certo momento de seu discurso, o ator chamou Bolsonaro de “gângster” e disse: “Este mundo é governado por gângsters. O Agente Laranja (Donald Trump), o cara do Brasil (Bolsonaro) e o Putin” (presidente russo).
E continuou: “Eles são gângsteres e farão o que quiserem. Eles não têm moral nem escrúpulos”.
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Após as críticas, Lee falou sobre o assassinato de pessoas negras nos Estados Unidos.
“Você pensaria que pessoas negras parariam de serem caçadas como animais?”, disse o cineasta, citando George Floyd e Eric Garner, homens que foram vítimas da violência policial dos Estados Unidos nos últimos meses.
Spike Lee é o primeiro negro a ocupar o posto de presidente do júri do Festival de Cannes. O ator foi convidado para ocupar o cargo na edição de 2020. No entanto, por conta da pandemia do coronavírus, o evento do ano passado foi cancelado.
Junto com Lee estão outros nomes como Song Kang-ho, Mélanie Laurent, Mati Diop, Maggie Gyllenhaal e o diretor brasileiro, Kleber Mendonça Filho, que em 2019 conquistou o Prêmio do Júri com “Bacurau”.
Spike Lee ganhou o Grande Prêmio em Cannes em 2018 com o filme “Infiltrado na Klan”, que conta a história de um policial negro infiltrado no Ku Klux Klan. O longa também gerou o primeiro Oscar de sua carreira.
Entre seus filmes, destacam-se “Malcolm X” (1992), “Do the Right Thing” (1989) e “BlacKkKlansman” (2018). Também é um reconhecido documentarista e leciona cinema na Universidade de Nova Iorque.
Ícone do cinema afro-estadunidense, Spike sempre abordou a temática racial abrindo as portas em Hollywood para uma conscientização sobre os problemas sociais do país.
Além de diretor, produtor e roteirista, ele seguidamente atua em seus próprios filmes.