‘O Golpista do Tinder’: Qual a importância do novo documentário da Netflix?
Mudanças foram feitas na plataforma após a repercussão da produção; entenda.
Lançado na última quarta-feira, dia 2 de fevereiro, o documentário “O Golpista do Tinder” aparece hoje na lista Top 10 da plataforma, como os cinco filmes destaques.
A produção, que foi denominada como documentários sobre crimes reais, conta a história de um magnata do ramo dos diamantes que conquistava mulheres na internet e aplicava golpes.
Simon Leviev é um israelense, que foi pego, cumpriu pena e foi solto. Através de um dos principais aplicativos de namoro utilizados no mundo, ele encontrava as vítimas perfeitas para seus planos.
Rico, de boa aparência, educado, galanteador e conhecedor dos lugares mais sofisticados do mundo, não era difícil aplicar seus golpes. Após poucos dias de conversas, as mulheres com quem ele se relacionava já estavam encantadas com aquela realidade. Com a vida de luxo e várias possibilidades.
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A carência, a necessidade de uma figura masculina, não deixaram que elas percebessem a gravidade da situação. Rapidamente, dividas milionárias surgiram, quando Simon pedia seus cartões, seus dados financeiros e fazia empréstimos altos.
De repente, o sonho de um date perfeito, virou um pesadelo. Quando as vítimas precisavam do dinheiro que emprestaram, ele mudava e passava a agir friamente.
A partir daí, elas percebiam que caíram em um golpe. Algumas, se recusavam a acreditar, por estarem apaixonadas.
A história real
Natural de Israel, seu nome verdadeiro é Shimon Hayut. Ele fugiu de sua terra natal em 2011, para evitar o julgamento por crimes relacionados a fraudes.
Com a identidade falsa, ele passou a se apresentar como herdeiro de um magnata. Por estar sempre cheio de compromissos, ele mantinha um relacionamento à distância com as vítimas.
Ele alegava ter vários inimigos, que inclusive rastreavam suas compras através de seu cartão de crédito. Por isso, precisava dos cartões das mulheres com quem se relacionava.
Shimon as recompensava com falsos depósitos bancários que cobririam todos gastos. Mas o dinheiro nunca voltou para elas.
O golpista usava o dinheiro para atrair outras mulheres e formava seu esquema de pirâmide, que sempre permitia que ele continuasse com uma vida de luxo.
Após aplicar golpes em vários países, em 2019 ele acabou preso, foi condenado a 15 meses de prisão, mas após cinco meses foi solto por “bom comportamento”.
Atualmente, ele está com 31 anos, é um homem livre e ativo nas redes sociais, onde mostra um estilo de vida luxuoso, com roupas de grife e carros caros.
O golpe foi nomeado como “quase perfeito”, uma vez que ele usava os cartões com autorização das vítimas, sempre estava viajando e conseguindo fazer novas vítimas. Estima-se que ele roubou cerca de US$10 milhões de vítimas em todo o continente, entre 2017 e 2019. Três das vítimas ainda estão pagando suas dívidas.
Mudanças no aplicativo
De acordo com informações divulgadas pelo site TMZ, após a repercussão dos casos, a plataforma reforçou a segurança.
O fato dele estar solto e vivendo normalmente, alerta para a possibilidade de fazer novas vítimas. Assim, o Tinder passou a acompanhar o golpista de perto e ele teria sido banido de forma permanente do aplicativo, além de reforçar que pedir dinheiro e criar contas falsas vão contra a política do mesmo.
A produção faz a leitura perfeita e mostra com riqueza de detalhes os perigos dos relacionamentos digitais, principalmente hoje, onde a relação das pessoas com os aplicativos de relacionamento está ainda mais comum.